quarta-feira, 29 de julho de 2015

Revista Istoé: Está tudo grampeado

Revista Istoé: Está tudo grampeado

Brasília, 16/03/2008 - O ministro da Justiça, Tarso Genro, envia esta semana ao Congresso Nacional um projeto de lei endurecendo a prática de escuta telefônica. A nova legislação prevê que os trechos não utilizados pela polícia sejam destruídos. O prazo da gravação passa dos atuais 15 dias (renováveis por tempo indeterminado) para 60 dias. Com a diferença de que, agora, a renovação do grampo só poderá chegar a, no máximo, 360 dias. E o Ministério Público vai fiscalizar a arapongagem. “A idéia é não ter escuta com prazo indefinido”, diz o secretário de Assuntos Legislativos, Pedro Abramovay. A medida vem bem a calhar e deve tramitar no Congresso com rapidez. Motivo: a informação, resultado de levantamento oficial feito pelas operadoras de telefonia, de que 409 mil telefones foram legalmente grampeados em 2007 gerou uma súbita sensação de perda geral de privacidade em quem estava presente à sessão da CPI do Grampo, na Câmara dos Deputados, há duas semanas. Foi como um desnudamento.Ex-delegado da Polícia Federal e provável autor de vários pedidos de quebra de sigilo telefônico, o presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), acha o número estarrecedor. “Se você levar em conta que cada dono de telefone liga no mínimo 50 vezes para pessoas diferentes em um mês, basta fazer a multiplicação”, diz Itagiba. Isso elevaria para 20 milhões o número de pessoas com as conversas gravadas. E só grampos legais. Acrescentem-se a estes os cerca de dois milhões de linhas convencionais grampeadas anualmente sem autorização judicial e chega-se à conclusão de que o País se transformou numa imensa “grampolândia”.“É um estado de neurose ampla, geral e irrestrita”, assusta-se o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto. Ele compara a situação ao cenário descrito pelo escritor inglês George Orwell em 1984, uma ficção científica que imagina um Estado totalitário, no qual as pessoas são vigiadas 24 horas por dia por uma entidade batizada de “Grande Irmão” (o livro de Orwell é o inspirador do reality show Big Brother). “O 1984, de Orwell, está mais vivo do que nunca”, avalia Britto. O dramático é que essa invasão de privacidade, muitas vezes tornada pública, destroça a carreira e as famílias das vítimas, que tiveram o sigilo quebrado indevidamente.A banalização da grampolândia provoca a invasão generalizada da intimidade e da vida privada dos atingidos, numa tentativa de desmoralizá-los publicamente. O caso mais emblemático de uma escuta que quase destrói a vida da vítima atingiu a procuradora-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas de Brasília, Cláudia Fernanda Pereira, que investiga o crime organizado nas instituições públicas. Todas as conversas íntimas dela com o marido e com as amigas a partir de 2006 foram gravadas ilegalmente e depois distribuídas em forma de CD aos conselheiros do tribunal e aos deputados distritais. O pai da Cláudia, cardíaco, recebeu um dos CDs, teve problemas de saúde e faleceu 15 dias depois. Outras 19 pessoas tiveram as conversas gravadas no mesmo grampo ilegal, entre elas o então ministro do Esporte, Agnelo Queiroz. Os policiais civis Horácio Ferreira Rego e Edson Alves Crispim foram presos, acusados de envolvimento com a ilegalidade. Além de distribuir os CDs, os operadores do grampo passaram a mandar mensagens sistemáticas ao celular de Cláudia com agressões e palavras de baixo calão. Segundo as investigações preliminares, por R$ 2,5 mil foi possível contratar um especialista para instalar um gravador no armário de distribuição dos cabos eletrônicos nas proximidades do prédio da procuradora, no Sudoeste (bairro nobre de Brasília). As gravações foram registradas em nove fitas cassetes, de uma hora cada. “Foi terrível, muito difícil”, diz Cláudia. “É preciso criar mecanismos para acabar com a banalização do grampo. Principalmente quando ocorre contra um agente do Estado no exercício de suas funções.”Mas mesmo os grampos legais não estão isentos de causar arbitrariedade. Engenheiro florestal com 23 de anos de serviço público, dois filhos, um apartamento de três quartos e dois carros Gol, o diretor de Biodiversidade do Ibama, Antônio Carlos Hummel, foi acusado de envolvimento com uma quadrilha que vendia autorizações para desmatamento, presa na Operação Curupira, em 2005. “Fui detido três dias. Isso é muito forte, é muito pesado”, lamenta Hummel. “Ser honesto neste país às vezes dá cadeia.” Num primeiro momento, o procurador que o indiciou, Mário Lúcio Avelar, constatou, a partir de conversas de funcionários do Ibama que pertenciam à quadrilha, que Hummel teria autorizado operações ilegais que levaram à comercialização de dez milhões de metros cúbicos de madeira. A Polícia Federal, no entanto, após cruzar as escutas em mais de 90 linhas, não encontrou nada que pudesse comprometer Hummel. Depois de passar três noites na cadeia, o engenheiro soube, pelo procurador, que seria solto. Só então iriam ouvilo. Segundo o delegado federal Tardelli Boaventura, responsável pelas investigações da Curupira, “no final, o procurador concluiu que não deveria sequer tê-lo indiciado”.Mesmo quando reconquistam os cargos no setor público, muitos funcionários que têm o sigilo quebrado continuam enfrentando por muito tempo o preconceito dos colegas. Às vezes, os danos são irreversíveis. Em 2001, o executivo paulista Domenico Montone foi alvo de investigação ilegal pela americana Kroll Associates, a pedido da empresa onde trabalhava, a indústria de autopeças Arteb. A empresa suspeitava que o executivo, diretor de engenharia, estivesse envolvido num esquema de corrupção na Arteb. A empresa teve acesso ao extrato de conta em nome de Montone. Descobriu, segundo relatório da PF, que o engenheiro mantinha aplicações nos bancos Santander, BankBoston, Itaú, Banespa, Bradesco, Unibanco e Banestado. Mas nada foi descoberto que pudesse desaboná-lo. Na ocasião, Montone chegou a desconfiar que tivera todos os seus sigilos – bancário, telefônico e fiscal – quebrados. Depois de descobrir que estava sendo bisbilhotado pela empresa onde trabalhava havia mais de 28 anos, ele largou o emprego, pelo qual recebia R$ 25 mil mensais, e impetrou ação na Justiça contra a Kroll. “Foi um baque em minha vida”, disse a amigos. Hoje, Montone presta consultoria a R$ 6 mil por mês.As empresas de espionagem internacional, segundo constatou a Polícia Federal, costumam terceirizar seus serviços. Elas subcontratam policiais e pagam por tarefas, que incluem levantamento de dados sigilosos em órgãos públicos. Com isso, “terceirizam” também a responsabilidade pela quebra do sigilo bancário, telefônico e fiscal do investigado. As buscas da PF mostram, por exemplo, que a agência de investigação On-Line Security EG Sistemas de Segurança Ltda., do israelense Avner Shemesh, com uma base em São Paulo, tem entre seus quadros três agentes da Polícia Militar do Estado.Para o Ministério da Justiça, o aumento do número de escutas se deve ao novo modelo de inteligência das polícias, que estão dando ênfase à captura das quadrilhas. Hoje, as polícias filmam entregas de malas de dinheiro e só prendem a quadrilha quando identificam os corruptos e os líderes de organizações criminosas. O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, não acredita que haja abuso. “É um número agressivo talvez comparado com o nada que se fazia”, diz Corrêa. “Os números estão dentro da normalidade porque estão sob o controle do Judiciário.” (A matéria, publicada na revista Istoé, é de autoria dos repórteres Hugo Marques e Sérgio Pardellas).

fonte

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Acesso Remoto

http://www.vivaolinux.com.br/artigo/Acesso-remoto-para-principiantes

WEB SERVER APACHE + PHP 5 + MYSQL NO DEBIAN SQUEEZE SEM COMPLICAÇÃO

WEB SERVER APACHE + PHP 5 + MYSQL NO DEBIAN SQUEEZE SEM COMPLICAÇÃO

Nessa dica vou ensinar como montar um Web server com ApachePHP5 e MySQLdentro do Debian Squeeze, mas sem aquelas complicações que a gente costuma encontrar. 

Ao final dessa dica, se você já tem um site pronto, você poderá colocar ele funcionando pelo menos na sua rede intranet. 

Instalação: 

Entre como root no seu sistema: 

$ su root 

O primeiro pacote a ser instalado é o Apache: 

# aptitude install apache2 apache2-doc 

Após o Apache, você ativar o suporte ao PHP: 

# aptitude install php5 libapache2-mod-php5 

Agora terá que ativar o suporte ao MySQL do PHP: 

# aptitude install php5-mysql 

Configuração: 

Para quem vai montar um web server pessoal, primeiro devemos ativar o módulo "userdir" do servidor apache2. 

Para isso você apenas digita: 

# a2enmod userdir 

Depois reinicie seu apache: 

# /etc/init.d/apache2 restart 

Se você vai colocar o seu site pessoal, aconselho a criar uma pasta pública dentro da pasta "home", desse modo cada usuário poderá colocar um site no servidor... E poderão acessar com o navegador através de um endereço do gênero "http://servidor/~usuario". 

Para fazer isso você tem que ir ao diretório "/home/usuario/" sem estar como root: 

$ cd /home/usuario/ 

Lá você cria a pasta: 

$ mkdir ~/public_html 

Finalizando: 

Para testar se seu web server realmente está funcionando, faça os seguintes passos: 

Entre como root no sistema e crie um script de página da Internet que mostre as características da instalação do PHP no seu servidor, utilizando o editor de texto de sua preferência (no meu caso uso o mcedit): 

# mcedit /var/www/phpinfo.php 

Dentro desse arquivo você colocará o seguinte código: 

<?php phpinfo(); ?>


Em seguida salve-o e feche. 

Agora digite na barra de endereço do seu navegador: 

http://ip_do_seu_servidor/phpinfo.php 

Terá que aparecer as configurações do seu servidor (versão do PHP, MySQL, My SQLi) na página. 

Depois, remova do seu servidor o arquivo PHP criado para testar. Ele pode comprometer a segurança do seu web server caso alguém na rede tenha acesso a ele: 

# rm /var/www/phpinfo.php 

Remova também o arquivo "index.html" que está lá dentro, caso você coloque seu próprio arquivo "index.html": 

# rm /var/www/index.html 

Pronto!!! 

É isso, galera. Crie suas páginas dentro da pasta "/var/www/" como foi feito com o script PHP de teste. 

Agora é só correr pro abraço!!! 

terça-feira, 7 de julho de 2015

Se vai tentar, vá até o fim - Charles Bukowski

Se vai tentar, vá até o fim.
Caso contrário, nem comece.
Se vai tentar, vá até o fim.
Pode perder namoradas, esposas, parentes, empregos e talvez até a cabeça.
Vá até o fim.
Pode ficar sem comer por três ou quatro dias.
Pode congelar no banco do parque.
Pode ser preso.
Pode receber escárnio, gozações, isolamento.
Isolamento é um presente, todo o resto é um teste da sua resistência, de quão forte é a sua vontade.
E você fará a despeito da rejeição e dos piores azares e será melhor do que qualquer coisa que possa imaginar.
Se vai tentar, vá até o fim.
Não há outra emoção como essa.
Você estará sozinho com os deuses e as noites queimarão como fogo.
Faça, faça, faça. faça,
até o fim, até o fim.
Você cavalgará a vida diretamente para o riso perfeito.
Essa é a única boa luta que existe.

Charles Bukowski